Assim como Maradona, Messi, Neymar e outros também trocaram os pés pelas mãos
Só a lembrança, 34 anos depois, faz do gol com ‘La mano de Dios’, marcado por Maradona contra a Inglaterra no dia 22 de junho de 1986 a maior celebração irregular da história do futebol. Mas os gramados pelo mundo estão abarrotados de outras pérolas semelhantes e quase tão importantes quanto.
Henry — 2009
A França precisava apenas de um empate com a Irlanda para garantir sua vaga na Copa da África do Sul, depois de vencer o primeiro jogo por 1x0, em Dublin, já na repescagem. Em Paris, os irlandeses abriram o placar e o jogo foi para a prorrogação. Aos 13 minutos do tempo extra, Henry recebeu uma cobrança de falta e dominou com o braço esquerdo antes de cruzar para Gallas marcar o gol da vitória e selar a classificação francesa. Não houve protesto que mudasse a história.
Túlio — 1995
O Brasil perdia por 2x1 para a Argentina nas quartas de final da Copa América até os 36 do segundo tempo quando Jorginho cruzou na área e Túlio não teve cerimônia em esticar o braço para matar e bola e mandar para as redes. A decisão foi para os pênaltis e Taffarel completou o serviço fazendo duas defesas. O Brasil perderia a decisão para o Uruguai, também nas penalidades. E com erro de Túlio.
Messi — 2007
Ao longo da carreira, Messi emulou o melhor Maradona em infindáveis oportunidades, mas o lado malandro aflorou uma vez. Num jogo contra o Espanyol, La Pulga subiu para dividir com o goleiro e esticou a mão esquerda para marcar. O jogo terminou 2x2.
Neymar — 2010
Frequentemente apontado como cai-cai, inclusive tendo virado meme na Copa 2018, Neymar também tem gol de mão no currículo. Num clássico contra o São Paulo, em 2010, ele recebeu cruzamento de Marquinhos pela direita. Quando avançava para completar foi nitidamente empurrado pelo marcador. Na fração de segundo da escolha entre esperar a marcação do pênalti ou apelar para a irregularidade, o atacante, ainda com o cabelo moicano, optou pela segunda opção. Pior para o juiz, que errou duplamente — ao não marcar a penalidade nem anular o gol.
Raul Ruidiaz — 2016
Como no futebol, o vento sopra igualmente para todas as direções, o Brasil recebeu o troco do gol de Túlio 21 anos depois, na Copa América Centenário. No jogo contra o Peru, ainda pela primeira fase, os pentacampeões caíram fora porque Raul Ruidiaz completou um cruzamento de Polo aos 29 minutos do segundo tempo. Houve protesto, uma ampla e demorada conferência do trio de arbitragem até a validação do gol. A Canarinha caiu fora da competição precocemente e o resultado colocaria o ponto final na segunda aventura de Dunga como técnico da seleção.
Cristiano Ronaldo — ?
Maior jogador da história de Portugal e do Real Madrid, Cristiano Ronaldo bem que tentou, mas não teve o charme e descrição de seu alter-ego (Messi). Quando estava perto de igualar a marca de Raúl como maior artilheiro merengue, em 2015, ele estava há três jogos sem marcar, fato que, no seu caso, era extremamente raro, daí a visível irritação do jogador naquela partida contra o Málaga. Tentou de tudo quanto foi jeito, até usar a mão, mas sendo prontamente flagrado com a boca (ou a mão) na botija pelo árbitro. No ano seguinte, em plena semifinal da Liga dos Campeões contra o Manchester City, lá estava o Robozão novamente tentando trocar os pés pelas mãos. Escandalosamente impedido após um cruzamento da direita, o árbitro parou o lance. Mas, vendo a bola chegar, CR7 subiu e usou as duas mãos para “marcar”. A avacalhação no lance fez os memes pipocarem na web, transportando o português para as quadras de basquete.