“Aumenta a rejeição de Bolsonaro” E daí?

Os destaques para a nova pesquisa de popularidade do Governo Bolsonaro seguem o mesmo tom das anteriores: aumenta a rejeição. Sim, é fato. Mas o “E daí?” desta vez se faz útil. E daí porque o presidente já mostrou incontáveis vezes que não está preocupado em diminuir essa rejeição. O que importa é a parcela ótimo/bom, que permanece intacta e, a continuar desse tamanho, no mínimo, o garantirá no segundo turno em 2022. E quem entra num segundo turno com a máquina ao seu lado, principalmente a da comunicação, dificilmente sairá derrotado.

Essa fatia considerável da população deixa bem claro o que quer: confronto, divisão, xingamentos e mais intolerância e nada deixou isso tão claro quanto a repercussão da famigerada reunião ministerial de 22 de abril. O corolário de impropérios do presidente, inclusive contra governadores, anabolizado pelos absurdos dos ministros da Educação e Meio Ambiente soou como música para a base de apoio popular. “Foi para isso que votei nele”, a frase mais lida nas redes sociais.

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Um dos poucos caminhos para a oposição é explorar a parcela de ‘Regular’, hoje com 22%. É de lá que vêm saindo os números que engordam os insatisfeitos. Mas é sempre bom lembrar, que tal fatia é a mais preguiçosa, aquela que, inerte, vê o mundo cair à sua volta e sai correndo perguntando “O que está acontecendo?” e o outro responde: “Eu não sei, corra!”

Também há de se considerar o contexto caótico do País pela péssima resposta à pandemia. É fácil ser influenciado tanto para um lado quanto para o outro.

Daí conclui-se que as fustigadas aos alvos de sempre: Congresso, STF, imprensa, etc, não vai parar. Não espere que Bolsonaro entre em acordo com quem quer que seja. Ele vai conversar, mas não sem um ataque que preceda ou suceda essa conversa. O perfil do eleitorado dele já está delineado e não vai admitir se submeter a instituições que consideram falidas.