Não dá para fugir do clichê: Sabino é um predestinado

Wladmir Paulino
2 min readAug 30, 2020

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Foto: Coritiba Football Club.

Quem não viu o Coritiba jogar em 2020 e assistiu ao jogo com o Sport no domingo (30) só via um cara alto com a camisa 35 às costas o tempo todo aparecendo em ações de ataque do Coxa. Era Sabino pra lá, Sabino pra. Até aí tudo bem se ele não fosse zagueiro, embora nesse jogo específico parecesse atacante, lateral, volante…

Sabino foi um clichê na vitória sobre o Sport. E esse clichê atende por PREDESTINADO.

Além de aparecer em tudo quanto foi canto do jogo ele salvou um gol certo dos pernambucanos já no segundo tempo. Wilson saiu do gol para evitar a cavadinha de Elton, mas a bola sobrou para Barcia. O uruguaio entrou de carrinho e o zagueiro do Coxa apareceu do nada para ficar entre a bola e o gol aberto.

Como todo predestinado ele precisa de algum, ou alguns, coadjuvantes. Ele viria na pele de Maílson. O camisa 1 do Sport, que carrega o peso de ser o substituto de Magrão, resolveu abandonar o posto para dividir uma bola com Robson, que marchava para a linha de fundo e não lhe oferecia risco real. Assim como seu companheiro lá do ataque, o goleiro também saiu de carrinho. Só encontrou os pés de Robson. E é claro que foi pênalti. Sabino foi lá e nem bateu tão bem assim, mas o suficiente para fazer o gol e repassar a lanterna para as mãos do adversário aos 49 minutos do segundo tempo.

Na rodada anterior ele marcou pela primeira vez no Brasileirão. Por coincidência — ou não — o Coxa comemorava sua primeira vitória, ao bater o Bragantino, assim como o Sport, companheiro de acesso para a elite do futebol brasileiro no ano passado.

A intimidade do defensor com as redes, inclusive, começou no ano passado, seu primeiro como jogador profissional. Formado pelo Santos e emprestado ao Coritiba, Sabino marcou quatro vezes na Série B de 2019. Ainda deixaria mais um no Campeonato Paranaense. E assim como vem acontecendo este ano, quando ele fez o que tem por função evitar, o famoso gol, seu time não perdeu. Foram três vitórias e dois empates.

E neste domingo fez de tudo. Nos 100 metros que separam as duas linhas fatais, Sabino estava presente para salvar seu time. Foi dia de Sabinada — nada a ver com o levante armado de 1837 em Salvador.

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Written by Wladmir Paulino

Jornalista, aspirante a contador de histórias

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